Aqui há uns dois anos, numa daquelas inumeras voltas que a vida dá, dei por mim como um dos possíveis candidatos, um dos nomeados digamos assim, a ocupar um lugar de topo no meu local de trabalho, uma posição importante e decisiva no meio em que estou, nos destinos de uma modalidade no País. Este floreado todo para que percebam que era de facto um grande passo na vida de qualquer um. E a minha primeira reacção foi das tais: "mas...", "e...", "errrr...", etc... percebem não? E nesse mesmo dia, ao telefone com um amigo, alguém mais velho com uma perpectiva da vida muito iluminada, alguém que consegue ver tudo quase sempre de um prisma isento e claro, excepto quando deixa os seus sentimentos pessoais se envolverem na questão, esse meu mentor disse-me: "...mas Paulo! Tens de perceber, que as coisas na vida, não vêm quando nós queremos e escolhemos! As oportunidades surgem, e nós ou as agarramos ou deixamos escapar! E aprende, que muitas vezes elas não voltam!...". Isto, porque eu estava com imensas dúvidas em aceitar esse convite se ele me fosse feito naquele momento da minha vida, porque achava que não estava preparado, que o meu percurso profissional natural, lá me levaria, mas com alguma maturidade mais, com mais experiência de vida e do meio, com mais bagagem, como diria o meu amigo. Além disso, achava que haviam outras pessoas com capacidades e perfis mais adequados que eu, naquele preciso momento, e assim, a minha atitude era extremamente reticente a aceitar qualquer proposta que me viessem a fazer. Hesitei imenso, mas acabei por perceber que ele tinha razão, toda a razão! As pessoas e as oportunidades na vida, não vêm quando nós escolhemos, quando mais nos dá jeito, quando planeamos e nos sentimos bem preparados. As coisas e as pessoas que valem mesmo a pena, aparecem quando menos esperamos a maior parte das vezes, e são um desafio, para ver se movemos mundos e fundos, se correspondemos, se estamos à altura... A triste verdade, é que muitas vezes não estamos, hesitamos, deixamos fugir...
Aqui há uns dias, um rapaz que conheci há pouco tempo, enviou-me um texto sobre a felicidade... Falava sobre adiarmos continuamente os planos que fazemos, de viajar, de ser ser, de criar, de amar, enfim, de felicidade. Falava sobre esperarmos que os filhos crescessem, esperar que viesse aquela promoção, esperar, esperar, esperar... E dizia que não devemos deixar para amanhã, que devemos ser felizes hoje, não amanhã... Esta parte estará directamente relacionada com o meu post anterior talvez! Mas é verdade... Devemos aproveitar sempre hoje as oportunidades que nos surjem, porque amanhã, elas poderão já não estar lá para nós...