As palavras que nunca te direi...
Neste preciso momento, que estou a transbordar de sentimentos e emoções confusas, acabei de me aperceber que toda a minha vida tem sido regida exactamente pela história do livro e filme que deram nome a este blog... Quem nunca viu pelo menos o filme, não sabe o que perde, nem sabe o que sinto... Há muita nuance, muita coisa subtil que apenas alguns entendem... Se calhar porque são demasiado profundas, se calhar porque são demasiado complexas para algumas mentes simplistas perceberem. Se calhar sou eu que as crio e elas não existem. Mas para mim são bem reais, tão reais que tenho vivido com muitas regras criadas a partir daquela história. Para alguns, talvez até para mim, nunca existiu aquele momento em que tudo era demasiado tarde. Contudo, toda a minha vida, mesmo sem sequer sonhar que aquela história existia em forma de livro ou filme, sempre me regi pelo facto de que nunca quereria saber, sentir na alma, o que era ter chegado tarde demais, ter decidido tarde demais, ter adiado até ao ponto de já nada fazer sentido, e assim, tenho tentado que todas as noites que encosto a cabeça na almofada, nunca me fique a dúvida de "e se"... Aliás, tenho feito disso a minha tão grande e secreta cruzada pessoal... a de nunca ficar a pensar como teria sido se, o que teria acontecido, com quem, onde, e tudo mais que poderia ser incógnito. Acho mesmo que a preocupação é a de nesta vida tão curta, nunca sentir que poderia ter tido mais, poderia ter conseguido algo que a mim me era destinado, poderia ter dado a alguém algo que lhe era devido, e não o fiz, e com isso, alterei todo um destino, o meu, o de outros, o de outros... E isso sim seria uma responsabilidade demasiado grande para carregar eternamente, saber que poderia ter vivido mais do que vivi, saber que poderia ter sentido mais do que senti, e que tudo esteve ali para mim, e que não soube eu aproveitar. Isso sim seria gozar com o universo, com todos os que querem e não têm...