O meu jipinho...
Ainda o dia não ia a meio, e eu já estava nostálgico... Por uma coisa que poderia ser insignificante, mas que acabou por não ser. O meu jipinho que andei nos últimos 3 anitos foi entregue hoje, e mesmo não sendo meu, já fazia parte da família. Quando íamos a caminho (parecia o Camel Trophy, 7 Freelandres em fila na estrada, todos iguaizinhos, para quem os conhece sabe o que quero dizer), dei por mim a pensar, em tudo o que passou nestes últimos três anos da minha vida, cheios de mudanças, altos e baixos. E comecei a lembrar-me de tudo o que de bom e mau vivi dentro daquele carro, por incrivel que pareça. As boas noticias que recebi, os sorrisos lindos que conheci pela primeira vez ali dentro, as coisas menos boas e preocupações que tive e que pensei, nas interminaveis filas de carros de Lisboa, enfim, pensando bem, foi uma vida inteira estes três anos. Não pelo tempo, porque esse foi pouco, mas pela intensidade de tudo o que tem acontecido. Quando entreguei a chave, voltei atrás e apercebi-me que sei perfeitamente o dia e a hora, o local, a companhia, o tempo, os pormenores todos à volta daquele pequeno risco na porta do carro. Pensei nas viagens todas de norte a sul do país, naquela sensação de euforia de entrar na Ponte 25 de Abril e ver Lisboa, depois de ter estado 20 dias fora, nos quilómetros e quilómetros feitos pela Europa fora, e disse adeus, fui-me embora, e guardei bem guardado tudo o que de bom e mau naquele carro se passou. Pode parecer exagerado, insignificante, nostálgico demais, pensem o que quiserem, mas foram momentos, com emoções, com sensações, com vida própria, e ficarão sempre comigo. Espero que tratem bem dele, era um bom carrinho, o meu jipinho.
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